A Raia Histórica caracteriza-se desde logo por ser um território rural com a particularidade de estar situado numa zona de fronteira. Abrange a área administrativa de cinco concelhos do Nordeste da Beira no Distrito da Guarda: concelhos de Almeida, Figueira de Castelo Rodrigo, Mêda, Pinhel e Trancoso.
Assenta numa zona planáltica, variando entre os 400 e os 1000 metros de altitude, sendo atravessada pelos rios Távora, Massueime, Águeda e Côa. É um território com História onde por milénios, tem vivido uma população que em circunstância alguma, deixou de com ela identificar-se. O equilíbrio da paisagem humanizada e a coloração da paisagem que evidencia no período de Primavera e Outono, dão-lhe uma expressão forte e bela.
Trata-se de uma zona com uma baixa densidade populacional, assistindo-se a um desvio progressivo da população, iniciado com os fluxos migratórios a que se assistiu na década de sessenta.
Depois de um período de crescimento económico global e geralmente, melhoria das condições de vida, surge um período de recessão com reflexos no nível de vida da mesma população. A proximidade das diferentes realidades sociais inter ou entre países e dentro de um mesmo país foram sensibilizando a sociedade para as crescentes disparidades. A sociedade é confrontada com a deterioração do nível de vida de uma parcela crescente, o que torna a situação mais constrangedora, as desigualdades não são as mesmas, talvez mais preocupantes por apresentarem consequências que não se limitam à vertente económica.
Em termos económicos, este território é caracterizado por um peso significativo da componente agro-pecuária, que continua a revelar-se pouco produtiva e de baixo rendimento, e por um baixo grau de industrialização.
No entanto, é uma área com bastantes recursos susceptíveis de serem aproveitados, quer no domínio agrícola-integral aproveitamento das capacidades agrícola, silvícola e florestal dos solos-, quer no domínio industrial – rentabilização dos minérios e rochas existentes e fomento de unidades de transformação de matéria – prima agrícola e florestal da área-, ou ainda a nível das excelentes condições para o desenvolvimento da actividade turística através da exploração das potencialidades naturais como as paisagísticas, as cinegéticas e as hídricas, e das potencialidades patrimoniais em todas as suas vertentes históricas, arquitectónicas, arqueológicas e da identidade cultural, referenciando-se ainda, a vasta e rica gastronomia e o artesanato local.
Área: 2.166 Km2
População: 38.209 hab.
Densidade Populacional: 17 hab/Km2
Localização Regional: A Raia Histórica opera na Região Centro, NUT III Beira Interior Norte. Trata-se de um território de fronteira que abrange o Vale do Douro e o Vale do Côa nos concelhos de Almeida, Figueira de Castelo Rodrigo, Mêda, Pinhel e Trancoso.
Acessibilidades: IP2, A25, Linha ferroviária da Beira Alta
Principais actividades económicas: Predominância do sector primário (agricultura, produção animal, silvicultura) embora assentando numa agricultura de subsistência, pouco rentável. No sector secundário, com expressão reduzida na região, destaca-se a construção civil, a indústria transformadora de produtos agrícolas, e algumas pedreiras. Os serviços estão em desenvolvimento mas resultam essencialmente da instalação de serviços públicos e sociais, verificando-se uma tímida dinâmica privada.
Particularidades territoriais: Possuidora de uma grande riqueza paisagística e de excelente qualidade ambiental, a zona de intervenção da Raia Histórica detém parte do Parque Natural do Douro Internacional, fazendo ainda fronteira com o Parque Natural da Serra da Estrela e a Reserva Natural da Serra da Malcata. Destaca-se as 5 localidades classificadas no Programa das Aldeias Históricas de Portugal e também parte das gravuras e pinturas rupestres do Côa. De referir também a principal fronteira terrestre com a Europa, portal de entrada para visitar as 11 fortalezas da nossa área de actuação.
Potencialidades económicas, sociais e culturais: Com 50% da zona vitivinícola da Beira Interior integrada na zona de intervenção da Raia Histórica, o sector do vinho constitui uma aposta estratégica sobretudo pela qualidade possível (Douro, Pinhel e Castelo Rodrigo). Na agricultura, refira-se igualmente a produção de castanha (DOP Souto da Lapa), o olival, a pastorícia, com capacidade competitiva (qualidade) que conseguimos associar ao lazer através da diversidade de recursos existente na região. Dada a riqueza patrimonial, o turismo apresenta indícios seguros de vir a crescer e a originar desenvolvimento sustentado. A caça, a pesca, as actividades de aventura, as viagens organidas… o verdadeiro potencial desta região está na sua autenticidade e preservação dos seus recursos.